Friday, October 31, 2008

Pensamento do Dia

Se eu fosse outra pessoa, ia fazer tudo que eu tenho vontade.

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Thursday, August 14, 2008

Biriba Momento

Acidente de trem “mata dez pessoas” na República Checa
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/08/080808_acidentetrenchecofn.shtml

Que bom que não morreu ninguém!

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Wednesday, August 06, 2008

Cadê meu frio?

Onde foi parar o inverno? Esse ano não vai ter e ninguém avisou? Quem decide isso? Deus? É tipo uma festa, uma feira? “Esse ano não vai rolar, ficou em cima da hora. Deixa pro próximo”. Quer dizer que todo aquele calor que eu passei no verão – e no outono também, que ele não passa de uma estação Júnior que ainda tem que comer muito feijão pra esfriar um dia inteiro – pensando na compensação congelante que o mês de julho ia trazer foi à toa?

Acabaram com a estação mais classuda do ano. E pior que não tem como saber pra quem a gente direciona nossa raiva assassina (mas é certo, claro, que vai sobrar pro Valther Ostermann e sua campanha anti-inverno escondida sob vários comentários Zé Graça no Santa).
Tudo que eu queria era um daqueles dias em que os pés congelam mesmo com um monte de cobertores peludos. Ou uma daquelas noites que dá vontade de fazer esquenta no carro. Dentro. E quando tu sai da festa, arde a orelha. Fazer esquenta no frio é muito bom. Frio marca época.

Mas esse maldito aquecimento global, não satisfeito em virar moda e derreter o Mumu, tinha que aparecer e seqüestrar o inverno! Pior vai ser no ano que vem ter que agüentar todo mundo falando mal da minha estação preferida. Mas fazer o que, eles vão ter razão. Tal como o rock, o inverno embichalhou. Ou melhor, embichalharam ele. Dane-se Valther Ostermann!

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Friday, July 25, 2008

Parágrafo Perdido #2

Tinha acordado meio estranho. Igual, mas diferente. Não era mau-humor, como normalmente me acontece às segundas e às quintas. Eu estava preso. Me sentia como um pobre diabo no corredor da morte, fazendo a mesma coisa que faz todas as manhãs, um dia de cada vez em direção ao destino que já lhe foi traçado vários anos antes – e que ainda vai demorar outros tantos anos pra chegar. E isso me deixou puto. Fui tomar café e tudo me irritava. A cestinha de pão no meio da mesa me enchia de raiva. O pote de geléia. Minha xícara do Garfield. Tudo parecia um alarme escandaloso que escancarava pro mundo inteiro o quanto minha vida  era patética e desinteressante. E como eu não tinha escapatória dela. Dirigi até o trabalho buzinando muito, coisa que nunca faço, pros idiotas que insistiam em se meter na minha frente ou não me deixavam mudar de pista, todos fazendo isso de propósito só pra me incomodar, claro. No escritório eu quase explodi. Aquele computador velho com o qual luto todos os dias pra poder trabalhar, entregue pra mim quase que como favor, como se fosse muito mais do que eu mereço, refletia minha cara medíocre e incapaz de reivindicar algo melhor. E aí fiquei com mais raiva ainda. Como eu era feio! Meu chefe apareceu e então eu percebi a enorme cara de filho da puta que ele tinha. Falava comigo como se eu não fosse digno, como se tivesse que dar graças a Deus por ter recebido a oportunidade de me matar todos os dias pra ganhar um salário miserável que nem paga minhas contas no final do mês. Que filho da puta! Só um louco pra não tomar uma atitude numa situação dessas. E posso até ser um covarde acomodado sem qualquer perspectiva de felicidade, mas louco de jeito nenhum!

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Saturday, July 19, 2008

Biriba Momento #2

Mãe de Lindsay Lohan aprova a relação da filha com Samantha Ronson
'Adoro a Samantha. Ela é como uma filha para mim', diz Dina Lohan
http://ego.globo.com/Gente/Noticias/0,,MUL652086-9798,00-MAE+DE+LINDSAY+LOHAN+APROVA+A+RELACAO+DA+FILHA+COM+SAMANTHA+RONSON.html

Deus sabe o quanto me esforço pra espalhar o bom lesbianismo pelo mundo, mas achei a notícia meio bizarra. Quer dizer, é legal esse lance muderno dos pais aceitarem as filhas lebskers e suas namoradas, mas ver uma mãe transformar isso numa incestuosa relação irmã-irmã simplesmente não é tão jóia...

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Wednesday, July 16, 2008

Minha calça mais cara do mundo


Eu sou trabalhador, eu mereço.


Acho que é mais fácil definir uma pessoa baseado no que ela odeia do que no que ela adora. É fácil gostar de uma coisa sem assumir compromisso com ela. Você pode gostar de Beatles e ser um ignorante musical, pode gostar de cinema e não diferenciar Corey Feldman de Corey Haim. Já o ódio não tem ambigüidade. Quem odeia Beatles definitivamente é um ignorante musical, quem odeia cinema não conhece os Coreys nem de vista. Quem odeia manda um recado. O meu é o seguinte: eu odeio comprar roupa.

Leva tempo demais, nunca tem nada realmente legal e tem sempre que ficar chorando desconto. Sem contar que eu nunca me sinto muito à vontade em lojas de roupas, sei lá porque. E tem os provadores, que eu sempre desconfio que tem uma câmera escondida.

Mas como eu só faço compras de inverno em anos pares, fui obrigado a encarar esse ritual de escolhe-prova-devolve que tanto odeio. Separei mentalmente um orçamento relativamente confortável, já que minhas roupas de 2006 estão caducas, e fui rápido, sem pensar muito, pra doer menos. Que nem arrancar um band-aid.

Começou tudo bem. Já eram 21h, então a tortura toda ia durar, no máximo, uma horinha mixuruca. Muito bem, aliás. Estava tocando Beatles. Peguei quatro calças pra provar. Calças são o Pelé do meu ódio por comprar roupas. Por mais que sejam bonitas e confortáveis, nunca dá pra saber onde foi parar a fortuna que tu gastou nelas. E isso as mais baratas. Existem jeans que custam mais que um bom par de pernas. Vai ver por isso elas vem com, no mínimo, quatro bolsos. Quem tem tanto dinheiro sobrando precisa mesmo de espaço pra guardar.

Embriagado pela trilha sonora, a passagem pelo provador foi relativamente indolor. Duas calças ficaram boas, duas ficaram apertadas. Minha Tchuca me trouxe mais três camisetas e dois sapatos pra experimentar. Achei os sapatos muito legais, bonitos mesmo. E combinavam com minha nova camisa. Eu cantarolava minhas músicas preferidas com muita satisfação.

À essa altura, eu estava bem feliz. Tinha escolhido duas calças, duas camisetas e dois sapatos. Já tinha até engordado um pouco mais meu orçamento mental. Meu plano era gastar metade ali e deixar o resto pra outras lojas. Fui até o caixa brindando a moça que me atendeu com várias anedotas divertidas sobre a vida a dois e moda, muito espirituoso, levando-a à sorrisos múltiplos.

Quando a outra moça, a do caixa, falou o preço das compras, meio que levei um susto. Era uns 50 reais a mais do que eu pretendia gastar. Tudo bem, nada grave. Eu sou trabalhador, eu mereço. Habilmente, consegui disfarçar a surpresa. Ela não. “Opa, esqueci de passar as camisetas e os sapatos”.

Hein? Quantas vezes ela passou as calças? “Quanto custam as calças mesmo, moça?”.

Aí não teve habilidade que disfarçasse. Aprendi de onde vem a expressão “facada”. Dói pra burro e tudo o que tu consegue dizer são alguns gemidos que escapam sem querer. A moça até ficou um pouco mais fria comigo, assustada com a cara de pobre que eu fiz. Enquanto ela passava meu cartão, rapidamente tentei escolher uma das duas calças pra deixar, mas não consegui decidir de qual gostava mais a tempo. Digitei minha senha e efetuamos a permuta, minhas calças pelas calças deles. A moça ainda foi legal e meu deu um descontão de 5%, exatamente os 50 reais do meu primeiro susto. “Iuhul”.

Meu pai tentou me consolar enaltecendo as maravilhas de se vestir bem. E tratou de me acalmar, afinal de contas eu não tinha feito nada de errado. “Tu é trabalhador, tu merece”.

A Jenny me disse que as calças novas são pra ocasiões especiais, que não é pra eu usar no dia a dia. Disso ela pode ter certeza. Vou guardar as duas num cofre e pensar duas vezes antes de tirar de lá mesmo que seja pra ir no casamento do Papa. E mesmo assim, só vou usá-las com uma cueca bem feia e esfarrapada. Porque se eu saio com elas na rua e um bandido descobre quanto custam, pelo menos eu não vou ter que voltar pra casa pelado.

Dois anos de economia por calças que eu nem vou usar direito. É, eu mereço...

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Friday, July 11, 2008

Eyes wide shut

Finalmente abri os olhos. Acordei, pra usar a expressão mais apropriada. Consegui enxergar além do véu negro que me cobria as ações e percebi a conspiração suja e silenciosa em que estou envolvido. Em que todos estamos. Vai saber há quanto tempo. Dias, meses... anos, meu Deus.

Eles te pegam muito cedo. Você está lá na sua, deitado, dormindo, e de repente acontece. Você é trazido para um mundo em que não desejou estar, num momento em que não queria nem se mexer. Tudo é muito rápido e confuso. A vista dói, é difícil raciocinar, você não tem forças pra ficar de pé. Mas tem que se levantar. Está na hora de tomar café. Precisa ir pra escola. E quando você olha pro relógio, não são nem 7 horas. Às vezes, nem dia ainda é.

Esses malditos madrugadores. Tomaram o mundo pra si sem perguntar o que o resto de nós achava disso. Agiram enquanto dormíamos. E agora não podemos mais dormir. Não o suficiente. Agora nosso sono é errado. É sinônimo de vadiagem, de anotações na agenda, de descontos no salário. Fizeram do nosso sono a morte. Agora, quem dorme não vive. E meio dormindo, meio acordados, de fato, zumbiamos por aí, no melhor estilo morto-vivo.

E, claro, levantamos de mau-humor. Porque a cada dia que nasce, nascemos de novo também. Passamos por mais um parto, somos novamente arrancados do ventre acolhedor do sono, ainda encharcados em nossos sonhos e jogados num novo dia. Sem conseguir falar ou abrir os olhos. Tente você sair por aí sorrindo e saltitando depois disso.

Mas esses dias estão chegando ao fim. Assim como eu, outros já acordaram. E também estão indignados. A Resistência é pequena, mas extremamente motivada. E cada um faz sua parte. Eu vou agindo por dentro. Acordo cedo todas as manhãs como se precisasse disso pra viver. Até sorrio às vezes. Mas por dentro vou contando os momentos que faltam pra tomar o poder. Marcar reuniões pra depois da novela. Depois do jogo. Encontros à meia-noite. Happy hour no nascer do sol. Café-da-manhã na hora do almoço. Almoço na hora do jantar. Dormir até o outro dia.

Às vezes temo pelo minha integridade. A teia dos madrugadores é espessa e muito bem montada, difícil de se soltar. Sábado passado, por exemplo. Acordei às 7h sem despertador. E sem sono. Se tivesse levantado, não dormiria mais. Quase entrei em pânico. Foram quase 10 minutos pra voltar a dormir. Já foram 5. Um dia vão ser 15. A esperança vai resistir enquanto eu conseguir pegar no sono, não importa quanto tempo leve.

Você. Você também é parte da guerra. Dê-se 5 minutos de presente. Permita-se atrasar 10 minutos todas as manhãs. E, quando o fizer, lembre que é por um bem maior. Rebele-se. Acorde. E volte a dormir.

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