Friday, May 19, 2006

"I want to tell you a story..."

Às vezes é legal olhar pra trás e lembrar de épocas quando a vida era mais simples, sem preocupações.

Quando eu tinha cinco anos, eu tinha um amigo gnomo. Quase todos os dias ele ia me visitar. Só eu podia vê-lo. Ele era mal-humorado e estava sempre com pressa. Sempre tentava roubar meu lanche. Eu tentava avisar a minha mãe, mas ele era ligeiro, se escondia e eu levava uma bronca. Uma vez ele tentou matar meu cachorro. Meus pais pensaram que fui eu. Quando eu disse que tinha sido o gnomo, me levaram pro médico. O gnomo vivia preocupado com os Trolls. Ele dizia que os Trolls comiam gnomos e acabaram com muitas das suas cidadezinhas, mas eu nunca tinha visto um. Isso irritava o gnomo, que reclamava como se a culpa fosse minha. Às quintas-feiras, ele ficava bêbado bebendo meu leite e começava a reclamar da esposa, que por ser ser velha e gorda o obrigava a gastar dinheiro com prostitutas.

Uma vez entrei no meu quarto e vi que ele tinha roubado minha mesada. Ele sempre tentava me roubar. Teve um dia em que ele veio reclamando que eu tinha quebrado a geladeira dele. Eu nem sabia que gnomo tinha geladeira. Ele queria que eu pagasse. Chamei minha mãe. Me levaram pro médico de novo. Quando voltei, ele tinha quebrado meu porquinho e levado todas as minhas moedas. Além de disso, o gnomo era muito mal educado. Vivia falando nomes e palavrões e quando eu tapava meus ouvidos, ele começava a rir e gritar e a falar coisas da minha mãe. Outra coisa que incomodava o gnomo era o canto do nosso periquito Piiter. Era um canto belo, mas insuportável para ele. No dia em que Pitter amanheceu morto, minha mãe chorou muito e eu fui pro médico mais uma vez. Só voltei pra casa três dias depois. Acharam que tinha sido eu, mas eu sabia que tinha sido o gnomo. quase podia vê-lo com aquelas mãozinhas apertando o pescoço do nosso passarinho. Um dia meus pais me compraram um anão de jardim e disseram que aquele era "meu amigo gnomo". Naquela noite, o gnomo e dois amigos incendiaram o anão de jardim. Fiquei com medo de ser o próximo. Nunca mais dormi direito.

Hoje em dia, quando paro pra me lembrar de todas essas coisas, dou graças a Deus por nunca mais ter encontrado esse maldito gnomo assassino.